sexta-feira, setembro 25

Nascimento do Romance Inglês



 Em uma das minhas visitas à biblioteca de minha cidade (Pindamonhangaba) encontrei um livro fascinante, imagine só, relatando toda a história do surgimento do romance inglês! Como sou fascinada pela Grã Bretanha , nem preciso dizer que peguei o livro na hora e comecei a ler no mesmo dia.
Esse livro faz parte de uma coleção lançada em 1978 pela Editorial Verbo-Lisboa denominada Mundo da Cultura, e o livro chama-se O Romance. Em inglês, A History of the Novel (World of Culture Collection). 

Sobre o autor, Richard Freedman,não encontrei quase nada referente a ele na internet, a não ser que era americano, escritor, educador,  crítico literário e de filmes. Morreu em 1991 com 59 anos vitima de câncer. Quando li deixei escapar "Que pena..." , gostei muito do estilo dele escrever com muitos detalhes, elaborando bem o contexto histórico, essencial para o entendimento do desenrolar do nascimento do romance e consegue nos prender na leitura, tornando o livro muito prazeiroso de se ler.

Freedman relata os primórdios do nascimento do romance inglês e começa com o autor Samuel Richardson, que nunca foi traduzido para o português. Suas principais obras foram Pamela: Or, Virtue Rewarded, Clarissa: Or the History of a Young Lad e The History of Sir Charles Grandison que foram escritas no estilo epistolar.

O estilo epistolar é uma técnica literária que consiste em desenvolver a história principalmente através de cartas, embora também sejam usadas entradas de diários e notícias de jornais. O nome "epistolar" vem do latim epistoláris "relativo a carta, epístola". O objetivo desta técnica ao ser criada era dar maior realismo a uma história.(Wikipedia).

Richardson é considerado o precursor do gênero romance porque baseou a sua ficção na realidade da sua época e nas virtudes da classe média, transformando o romance em um espelho da natureza humana e não somente uma fantasia sobre terras imaginadas e seres incríveis, sendo o primeiro a perceber que a imaginação pode ser aplicada a vida contemporânea e que os incidentes podiam ser inventados sem parecerem irreais.

O contexto histórico também é marcante: em 1740 é criada a primeira biblioteca itinerante de Londres e está em ascensão uma nova classe média com tempo e necessidade de ler acerca de si própria e do seu mundo, além da evolução dos métodos de impressão que agora eram mais baratos, serviço postal melhorado e uma população crescente – a população de Londres duplicou durante o século XVIII. Todas essas circunstancias contribuíram para o êxito do romance.

O sucesso foi tão grande que em 1744 Benjamim Franklin imprimiu Pamela em Filadélfia, sendo o primeiro romance publicado nas colônias da América.Evidentemente, sempre existem os que não gostam de determinada obra, e essa não foi exceção. Henry Fielding, que estava prestes a começar a sua própria carreia de romancista se tornou o maior opositor de Richardson e escreveu uma parodia chamada Shamela em resposta a publicação de Pamela, onde acusa a obra de Richardson de falsa moralista. Fielding é autor de Tom Jones, considerada uma obra com a intriga perfeita, segundo Samuel Taylor Coleridge. Nota mental: preciso ler Tom Jones, já topei várias vezes com esse livro e nunca li.



Essas são as minhas primeiras impressões sobre o livro, irei anotando por aqui o que achar de mais interessante. No final do livro tem uma cronologia do romance muito boa e pretendo transcrever aqui em uma próxima postagem.

Caricatura de Thomas Rowlandson, 1784.
Ilustrando um livreiro condescendente e um autor submisso ilustra a dificuldade de publicar.
Porém, os métodos de impressão mais baratos, a introdução de bibliotecas que emprestavam livros e
 um novo público leitor provocaram uma grande procura do livro e contribuiram para o desenvolvimento do romance.

  


   

sábado, setembro 19

O segredo de Charles Dickens

Sempre gostei muito de Charles Dickens. Li na minha adolescência David Copperfiel da coleção infanto juvenil já mencionada aqui nessa postagem. E mais tarde,  já adulta, ,li Oliver Twist e Conto de Natal. E como tenho paixão pela terra da rainha , fica muito fácil gostar de Dickens : a maioria de seus romances são ambientados em Londres.

Portanto fiquei muito empolgada quando soube do lançamento de um filme abordando, imagine só, um segredo de Charles Dickens ! E esse segredo nada mais era do que a existencia de uma paixão extraconjugal na vida de Dickens. Isso em plena Era Vitoriana em Londres. Porém nas atribulações do dia a dia não assisti o filme na época de seu lançamento e tive a oportunidade de assistir semana passada e fiquei simplesmente encantada com o filme.

O genero romance não é um dos meus prediletos para filmes, porém como se tratava de Dickens e do ator Ralph Fiennes, não hesitei em assistir e não me arrependi.
Perfomances maravilhosas, reconstituição de época perfeita e roteiro interessante prenderam minha atenção do começo ao fim. Dickens foi uma pessoa muito interessante e o filme deixa transparecer toda a sua personalidade de maneira impecável.



Assistir o filme despertou-me a vontade de reler as obras de Dickens e saber mais da vida do escritor.
Pesquisando na net descobri que a Editora Cosac, famosa por sua linha editorial escolhida a dedo e edições super caprichadas no aspecto gráfico, lançou erm Outubro de 2014 uma edição muito caprichada do romance David Copperfiel em capa dura , e o melhor, com o texto integral do autor, coisa praticamente impossivel de se encontrar aqui no Brasil, onde reinam as versões adaptadas do autor. O livro em capa dura conta com 1312 páginas, pesa 800 gramas no tamanho 120 x 170 mm !

David Copperfield é um romance muito especial dentre todos os que Dickens escreveu por dois motivos : é autobiográfico( ou melhor, semi autobiográfico) e o próprio Dickens considerava David Copperfield o seu "filho" predileto, motivos mais que suficientes para fazer uma releitura do romance , dessa vez no texto integral.

Já adquiri meu volume e deve chegar até a próxima semana ! Ansiosa para ler.
O projeto gráfico é lindo, com fac-símile de trechos dos escritos de Dickens e texto crítico de  Jerome H. Buckley, Sandra Guardini Vasconcelos , Virginia Woolf , ou seja, uma fantástica  aquisição para qualquer fã de Dickens !



E a curiosidade sobre a vida de Dickens não me abandona! Consegui encontrar um livro de 1963 do escritor biográfico Andre Maurois que discorre sobre a vida, a obra, a arte e a filosofia de Dickens no meu sebo online favorito, o Sebo do Messias. Já comecei a ler e a obra é ótima, com muitos detalhes a respeito do escritor e todo o seu universo.Depois comento mais sobre a obra.




Tenho muito mais para falar sobre Dickens, mas ficará para outra postagem !


sexta-feira, setembro 11

Citações Favoritas

Vou inaugurar uma seção nova aqui no blog sobre citações referentes a livros. Depois pretendo fazer uma compilação para fazer um livro com elas, feito a mão mesmo. Gosto de encadernação manual e será uma ótima experiência.Ainda preciso comprar alguns equipamentos para fazer o tipo de encadernação que pretendo, mas até o final do ano já devo estar com tudo na mão para esse projeto.

Tenho preferência pelo inglês, procuro sempre ler e ouvir nessa língua para treinar bastante.

I divide all readers into two classes; those who read to remember and those who read to forget.

–William Lyon Phelps




Um pouco sobre o citador dessa frase :

William Lyon Phelps (1865-1943) was an American educator, literary critic and author. He served as a professor of English at Yale University from 1901 to 1933. His works include: "Advance of the English Novel" and "Essays on Modern Dramatists.


Referências :
http://www.phelpsfamilyhistory.com/bios/william_lyon_phelps.asp

domingo, setembro 6

Penguin Books - Campanhas Publicitárias

Após anos de inatividade, retorno aqui no blog para postar minhas matérias prediletas encontradas na web,sobre meus livros prediletos, curiosidades literárias e tentar algumas resenhas.
Utilizo muito o Facebook para descobrir novidades e tendências nas áreas que possuo interesse, porém aqui no blog terei a tranquilidade para "guardar",ter um momento introspectivo no qual eu possa refletir sobre minhas leituras e descobertas, transformando-se numa cápsula do tempo para que no futuro, eu possa visualizar toda a minha trajetória cultural.

Com um filho publicitário e ilustrador, tenho a tendência de prestar atenção em campanhas publicitárias dos mais variados assuntos,e sobre o hábito da leitura são sempre fascinantes.Tenho alguns exemplos aqui no blog e hoje deparei-me com um artigo comentando sobre as campanhas da Penguin Books, famosa editora internacionalmente conhecida, agora publicando em português também no Brasil desde 2010, em parceria com a Companhia das Letras.


A história da Penguin Books é fascinante. A empresa de origem inglesa, apostou no formato em brochura a preços acessíveis. O fundador da empresa comentava que os livros eram vendidos a preço de um maço de cigarros, salientando o pouco valor cobrado na época.As capas eram  um charme a parte : tarja laranja para ficção, tarja verde para romances policiais, tarja azul para biografias.


Essa foi uma das campanhas analisadas quem me cativou. A Penguin incentiva as pessoas a viajarem com as palavras. Acompanhe as imagens, Londres é a minha predileta, claro !





Nessa outra campanha os livros são tão bons, que se tornam parte do leitor.





Essa campanha é fantástica, salientando os diversos gêneros publicados pela Penguin.











E como estou falando de Publicidade, aproveitei para colocar aqui a evolução do logo da Penguin. Adoro esse pinguim, kkkk !





Referências :
http://www.logodesignlove.com/
https://theadreview.wordpress.com/




 

Ex-Libris Celia Costa Published @ 2014 by Ipietoon