Considerado um homem "imbiografável", Eduardo Jardim lança a biografia "Eu sou trezentos - Mário de Andrade: vida e obra" (Edições de Janeiro/Biblioteca Nacional). Abordar ou não a possivel homessualidade de Mário foi o fator que afastou os biógrafos - receio de possíveis processos judicais.
O autor Eduardo Jardim afirma que Mário morreu frustrado com apenas 51 anos. O contexto político da época o impediu de realizar seu maior projeto: uma reforma baseada em estabelecer canais entre culturas popular e erudita, internacional e nacional e levar esses canais para o seio da comunidade.
A obra é de grande valor ao abordar a vida desse importante escritor brasileiro.
Já está na lista de desejados!
Sobre o livro:
Livro - Eu Sou Trezentos
Mário de Andrade nasceu em São Paulo, em 1893, e morreu na mesma cidade, em 1945. Escritor, poeta e agitador cultural, é um dos principais expoentes do Modernismo no Brasil, inaugurado na segunda década do século XX.
Até 1937, ano da instauração do Estado Novo, Mário foi a figura central da vida intelectual no país. Nenhum escritor teve, como ele, tanta importância como artista, como formulador de uma interpretação do Brasil e como animador cultural. O livro examina a personalidade do escritor, evidente nas suas iniciativas, poemas, contos, romances e ensaios. A crítica e a história da literatura já sublinharam a importância de Mário de Andrade. Sua contribuição para a renovação das artes no país são inestimáveis.
Este livro acredita que, ao traçar o perfil do grande escritor, seja possível, ainda, lançar luz sobre sua época.
Ficha Técnica:
Título - Eu Sou Trezentos
ISBN - 9788567854373
Páginas - 256
Edição - 1ª
Tipo de capa - Brochura
Formato - Livro
Editora - Edições De Janeiro
Ano 2014
Assunto - Biografias & Memórias
Idioma - Português
Meu texto predileto de Mário de Andrade:
O Essencial
"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!"
Mário de Andrade
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