Em uma das minhas visitas à biblioteca de minha cidade (Pindamonhangaba) encontrei um livro fascinante, imagine só, relatando toda a história do surgimento do romance inglês! Como sou fascinada pela Grã Bretanha , nem preciso dizer que peguei o livro na hora e comecei a ler no mesmo dia.
Esse livro faz parte de
uma coleção lançada em 1978 pela Editorial Verbo-Lisboa denominada Mundo da Cultura, e o livro chama-se O Romance. Em inglês, A History of the Novel (World of Culture Collection).
Sobre o autor, Richard Freedman,não encontrei quase nada referente a ele na internet, a não ser que era americano, escritor, educador, crítico literário e de filmes. Morreu em 1991 com 59 anos vitima de câncer. Quando li deixei escapar "Que pena..." , gostei muito do estilo dele escrever com muitos detalhes, elaborando bem o contexto histórico, essencial para o entendimento do desenrolar do nascimento do romance e consegue nos prender na leitura, tornando o livro muito prazeiroso de se ler.
Freedman relata os primórdios do nascimento do romance inglês e começa com o autor Samuel Richardson, que nunca foi traduzido para o português. Suas principais obras foram Pamela: Or, Virtue Rewarded, Clarissa: Or the History of a Young Lad e The History of Sir Charles Grandison que foram escritas no estilo epistolar.
O estilo epistolar é uma técnica literária que consiste em desenvolver a história principalmente através de cartas, embora também sejam usadas entradas de diários e notícias de jornais. O nome "epistolar" vem do latim epistoláris "relativo a carta, epístola". O objetivo desta técnica ao ser criada era dar maior realismo a uma história.(Wikipedia).
Richardson é considerado o precursor do gênero romance porque baseou a sua ficção na realidade da sua época e nas virtudes da classe média, transformando o romance em um espelho da natureza humana e não somente uma fantasia sobre terras imaginadas e seres incríveis, sendo o primeiro a perceber que a imaginação pode ser aplicada a vida contemporânea e que os incidentes podiam ser inventados sem parecerem irreais.
O contexto histórico também é marcante: em 1740 é criada a primeira biblioteca itinerante de Londres e está em ascensão uma nova classe média com tempo e necessidade de ler acerca de si própria e do seu mundo, além da evolução dos métodos de impressão que agora eram mais baratos, serviço postal melhorado e uma população crescente – a população de Londres duplicou durante o século XVIII. Todas essas circunstancias contribuíram para o êxito do romance.
O sucesso foi tão grande que em 1744 Benjamim Franklin imprimiu Pamela em Filadélfia, sendo o primeiro romance publicado nas colônias da América.Evidentemente, sempre existem os que não gostam de determinada obra, e essa não foi exceção. Henry Fielding, que estava prestes a começar a sua própria carreia de romancista se tornou o maior opositor de Richardson e escreveu uma parodia chamada Shamela em resposta a publicação de Pamela, onde acusa a obra de Richardson de falsa moralista. Fielding é autor de Tom Jones, considerada uma obra com a intriga perfeita, segundo Samuel Taylor Coleridge. Nota mental: preciso ler Tom Jones, já topei várias vezes com esse livro e nunca li.
Essas são as minhas
primeiras impressões sobre o livro, irei anotando por aqui o que achar de mais
interessante. No final do livro tem uma cronologia do romance muito boa e
pretendo transcrever aqui em uma próxima postagem.
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