quinta-feira, novembro 19

Teste - Que livro é você?


Literatura

Que livro é você?

Se você fosse um livro nacional, qual livro seria? Um best-seller ultrapopular ou um relato intimista? Faça o teste e descubra.







Resultado
João Cabral de Melo Neto
Foto: Divulgação
"Morte e vida severina", de João Cabral de Melo Neto
Às vezes você tem uma séria vontade de estapear as pessoas, só para fazê-las acordarem e perceberem as injustiças deste mundo. Como podem viver em seus mundinhos banais, quando há quem passe fome e totalmente à margem de qualquer conforto ou assistência? Esta talvez seja a sua maior revolta. Por isso, você tenta fazer a sua parte. Talvez por meio de um trabalho voluntário, participando de movimentos populares ou somente se exaltando em rodas de amigos menos engajados. De qualquer maneira, você consegue de fato comover pessoas com seu discurso apaixonado e, ao mesmo tempo, baseado numa lógica de compaixão e igualdade que ninguém pode negar.
Essa missão é mais do que cumprida pelo belo "Morte e vida severina"(1966), poema dramático escrito pelo pernambucano Melo Neto que se tornou símbolo para uma geração em conflito com as consequências sociais geradas pelo capitalismo selvagem.



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O Personagem Livro

Artigo muito bom sobre o livro!
Boa leitura!


O Personagem Livro
Marco Antônio de Almeida
Apresentado no Congresso da Intercom, 2001.


Bibliolatria: segundo o dicionário Aurélio, é o gosto apaixonado dos livros (particularmente a Bíblia). Considerando que não se trata de hábito reprovável pela moral e os bons costumes, nem tampouco perversão de ordem psicológica, mas, ao contrário, de atitude presente constantemente no decorrer da história ocidental, não nos parece ociosa a pergunta: por que este amor pelos livros? Se, como diz Jorge Luís Borges, o livro é uma extensão da memória e da imaginação, não é de se espantar que tenha sido objeto de consideração, admiração e desejo por parte não só de literatos, como também de simples leitores de todos os tempos e lugares, que nos legaram algumas páginas a respeito de sua relação com o livro. Dessa forma, pretendemos enfocar neste breve texto o livro não como suporte de leitura, mas como personagem literário.

O livro aparece como personagem literário de várias formas. Como objeto-fetiche, motivo da adoração dos leitores, particularmente dos homens de letras, que o vêem não apenas como produto final de seu trabalho ou do de outros colegas de ofício, mas como um companheiro que os acompanha nos caminhos da vida. É aqui que se encaixa com mais segurança a figura do bibliófilo, do colecionador de livros, do qual Walter Benjamim deixou um notável retrato em seu pequeno texto "Desempacotando minha biblioteca". Ao falar dos livros, da maneira de adquiri-los, Benjamin fala do colecionador, daquele ser que oscila entre a ordem (projetada na arrumação perfeita, porém impossível, dos livros) e a desordem (o infindável afluxo de novos volumes exigindo seu lugar na biblioteca). Mas, sobretudo, ele fala de si mesmo, de uma capacidade de auto-projeção nos livros que caracterizará um aspecto importante da bibliolatria presente no colecionador: "Pois dentro dele se domiciliaram espíritos ou geniozinhos que fazem com que para o colecionador — e me refiro aqui ao colecionador autêntico, como deve ser — a posse seja a mais íntima relação que se pode ter com as coisas: não que elas estejam vivas dentro dele; é ele que vive dentro delas. E, assim, erigi diante de vocês uma de suas moradas, que tem livros como tijolos, e agora, como convém, ele vai desaparecer dentro dela." 

Outro bom exemplo de como pode ser forte a relação de amor com os livros, da qual o colecionamento é a faceta mais evidente, nos é dado por Jorge Luís Borges, "Continuo imaginando não ser cego; continuo comprando livros; continuo enchendo minha casa de livros. Há poucos dias fui presenteado com uma edição de 1966 da Enciclopédia Brokhaus. Senti sua presença em minha casa - eu a senti como uma espécie de felicidade. Ali estavam os vinte e tantos volumes com uma letra gótica que não posso ler, com mapas e gravuras que não posso ver. E, no entanto, o livro estava ali. Eu sentia como que uma gravitação amistosa partindo do livro. Penso que o livro é uma das possibilidades de felicidade de que dispomos, nós, os homens". 

 Borges demonstra que existem mais que elementos puramente intelectuais nessa amizade entre livro e leitor, que o ato de ler envolve também uma relação íntima, física, onde vários sentidos participam: o tato (o folhear, o passar a mão sobre a encadernação e as figuras), o olfato (sentir o cheiro do papel, da cola, da tinta), a audição (o gosto de ler em voz alta determinadas passagens), mais raramente o paladar (o hábito pouco recomendável de umedecer a ponta dos dedos com a língua, que tantos dissabores causou em O nome da rosa), e, sobretudo, de forma absoluta, a visão. O que no caso de Borges soa de forma tristemente irônica, captada por ele no seu "Poema dos dons" .

Como todo amor, a paixão pelos livros às vezes também corre o risco de ser turvada pelo ciúme: o desejo do objeto amado passa a justificar qualquer ação visando sua posse exclusiva. Mesmo que o objeto amado esteja em poder de outra pessoa: entramos assim no perigoso terreno da bibliocleptomania, o roubo de livros, tão bem exemplificado por Alberto Manguel no capítulo de mesmo nome de seu Uma história da leitura, através da história do Conde de Libri, que conheceu esta triste fama no século XIX. Para Manguel, a sensualidade que emerge da relação física que se estabelece entre livro e leitor tem uma natureza profundamente egoísta, embora profundamente humana: "Tudo isso, muitos leitores não estão dispostos a compartilhar — e se o livro que desejam ler está em posse de outra pessoa, as leis da propriedade tornam-se difíceis de obedecer, assim como as da fidelidade no amor. (...) Podemos relutar em justificar os roubos de Libri, mas o desejo subjacente, o anseio de ser, ao menos por um momento, o único capaz de chamar um livro de meu, é comum a mais homens e mulheres honestos do que talvez estejamos dispostos a reconhecer." .

Creio que é mais o elemento de projeção, essa capacidade de experiência vicária proporcionada pelo livro, que explica o fascínio que ele provoca, capaz de explicar desde a famosa frase de Kafka a respeito de não se interessar por nada além da literatura, o apelo da narrativa (mais contemporaneamente, do romance) assinalado por Benjamin, ou mesmo a declaração de Jorge Luís Borges sobre sentir mais orgulho por alguns livros lidos do que pelos escritos por ele.

Outra forma sob a qual o livro é referido em alguns momentos (e que possui uma certa ligação com a atribuição de um caráter sagrado a ele) é como metáfora do universo, visão que por vezes chega a ser mística, e que procura na mágica dasrelações entre as letras impressas nesses livros arcanos a chave para os mistérios do universo. O exemplo da Cabala 5. é que o primeiro salta aos olhos, mas encontramos situações semelhantes nos devaneios de autores como H. P. Lovecraft, Borges e outros. O caso de Lovecraft chega a ser singular pela simetria inversa que estabelece com a tradição cabalística: ele imaginou uma obra, a qual se refere em vários de seus contos, o Necronomicon o mais abominável dos livros, uma espécie de compêndio negro escrito pelo árabe louco Abdul Al-Hazred e que conteria em suas páginas a essência do Mal. 

A visão do livro como arcano parece ter sua realização mais perfeita na obra de Jorge Luís Borges 6. A totalidade era um tema caro a Borges, que a explorou de variadas maneiras (sendo "O Aleph" provavelmente a mais famosa). A imagem do livro, como elemento condensador da totalidade ou como chave para decifrá-la, é constantemente recorrente em seus contos e ensaios.
Em seu famoso conto "A biblioteca de Babel" ele nos apresenta uma biblioteca composta de salas hexagonais, tão vasta quanto o universo, povoada por livros dos quais não há dois idênticos (Alberto Manguel observa que esta biblioteca multiplica ao infinito a arquitetura da velha Biblioteca Nacional de Buenos Aires, da qual Borges era o diretor cego 7). Esta biblioteca contém tudo que é possível expressar no mundo através de todas as combinações possíveis do alfabeto. É possível ver neste conto uma referência à Cabala, e pensar no "livro total" que estaria na Biblioteca: "Sabemos, igualmente, de outra superstição daquele tempo: a do Homem do Livro. Nalguma estante de algum hexágono (raciocinaram os homens) deve existir um livro que seja a cifra e o compêndio perfeito de todos os demais: algum bibliotecário o consultou e é análogo a um deus.(...) Não me parece inverossímil que nalguma divisão do universo haja um livro total; rogo aos deuses ignorados que um homem — um só, ainda que seja, há mil anos! __ o tenha examinado e lido. Se a honra e a sabedoria e a felicidade não estão para mim, que sejam para os outros. Que o céu exista, embora meu lugar seja o inferno." 8. Ao livro perfeito corresponde o leitor perfeito; este leitor só pode ser um deus.

Já em "O jardim dos caminhos que se bifurcam", a ligação livro/totalidade surge através do jogo com o tempo — Borges imagina neste conto um livro infinito, escrito por um sábio chinês, que se constitui ao mesmo tempo num labirinto temporal: "A explicação é óbvia: O jardim dos caminhos que se bifurcam é uma imagem incompleta, mas não falsa, do universo tal como o concebia Ts'ui Pen. Diferentemente de Newton e de Schopenhauer, seu antepassado não acreditava num tempo uniforme, absoluto. Acreditava em infinitas séries de tempos, numa rede crescente e vertiginosa de tempos divergentes, convergentes e paralelos. Essa trama de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou secularmente se ignoram, abrange todas as possibilidades." 9. Nos dois contos citados, Borges cria outro artifício pelo qual um livro poderia ser infinito, imaginando um volume cíclico, circular, cuja última página fosse idêntica à primeira 10. Mas é de outro recurso que ele lança mão para criar novo livro infinito no conto "O livro de areia": "Disse que seu livro se chamava Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia têm princípio ou fim.(...) O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma a última. Não sei porque estão numeradas deste modo arbitrário. Talvez seja para dar a entender que os termos de uma série infinita admitem qualquer número." 11. Mas talvez a visão mais poética de Borges acerca de uma escritura que contenha a chave do universo e que é, paradoxalmente, o mais inimaginável dos livros, está em "A escrita do deus". Deitado sobre o frio chão de pedra de seu cárcere, o qual divide com um jaguar, jaz um mago asteca perdido em reflexões: "Horas depois comecei a avistar a lembrança; era uma das tradições do deus. Este, prevendo que no fim dos tempos ocorreriam muitas desventuras e ruínas, escreveu no primeiro dia da Criação uma sentença mágica, capaz de conjurar estes males. Escreveu-a de maneira que chegasse às mais distantes gerações e que não a tocasse o azar. Ninguém sabe em que ponto a escreveu nem com que caracteres, mas consta-nos que perdura, secreta, e que um eleito a lerá." 12. Após muitos anos, o velho mago decifra o enigma divino: a sentença fora escrita por seu deus nas manchas do jaguar — verdadeiro livro vivo que manteve inalterada a mensagem através dos séculos.

A influência de Borges, particularmente do conto "A Biblioteca de Babel", pode ser apreciada na construção de outra biblioteca famosa, aquela descrita por Umberto Eco em O nome da rosa 13. Temos de novo a biblioteca como labirinto, como microcosmo que conserva o conhecimento acumulado pelos homens (função que de fato era cumprida pelos monastérios na Idade Média). Mas não se trata mais do livro como súmula do universo ou chave para sua compreensão; é, antes de mais nada um livro proibido, a parte desaparecida da Poética de Aristóteles que trataria do riso, manuscrito que o sherlockiano monge medieval Guilherme de Baskerville busca incansavelmente. Temos aqui a passagem para uma outra forma de se visualizar o livro: como tesouro maravilhoso, objetivo de personagens empenhados na procura do romance ou manuscrito perdido, leitmotiv de romances, como o de Eco, que tematizam a busca do conhecimento (conhecimento que pode ser visto como fonte de poder, ou como diria Nietzsche, como fonte de potência, chave para uma mudança interior).

Este é um topos presente com freqüência na literatura policial (da qual o romance de Eco é um primo cult). É o caso das obras de John Dunning (Edições perigosas, Impressões e provas), nas quais o detetive Cliff Janeway — também livreiro e bibliófilo — está sempre as voltas com manuscritos ou edições raras que desaparecem. No Brasil, temos o personagem de Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, de Rubem Fonseca, que aceita serviços escusos para poder obter o manuscrito desaparecido daquele que seria o romance perdido do escritor judeu-soviético Isaak Bábel. Ou o detetive Remo Bellini, de Toni Bellotto, empenhado em encontrar um manuscrito perdido de Dashiell Hammett em Bellini e o demônio.

Num terreno diferente da literatura policial, o da ficção científica, encontramos o livro como referência importante na distopia futurista de Ray Bradbury Fahrenheit 451 (mais conhecida através da adaptação feita para o cinema por François Truffaut). Numa sociedade do futuro, os livros são proibidos, sua leitura e posse constituindo um grave crime. Uma equipe de bombeiros às avessas se encarrega de queimá-los quando encontrados (o título do romance se refere à temperatura em que os livros ardem). Um dos bombeiros, entretanto, resolve ler um dos livros que até então queimava, adquirindo individualidade e tornando-se um criminoso perante o sistema. Desiste da vida na sociedade, encontrando, refugiadas num bosque, as pessoas-livro — homens e mulheres que decoram os livros, transformando-se eles próprias em livros vivos, para evitar que eles sejam esquecidos. O ex-bombeiro (ou ex-incendiário) une-se ao grupo, tornando-se também uma pessoa-livro (só por curiosidade, escolhe ser Histórias extraordinárias, de Poe). Com relação aos exemplos anteriores, verifica-se aqui uma inversão: de objeto desejado, o livro torna-se veículo subversivo a ser destruído — o que é uma maneira paradoxal de demonstrar o seu valor.

A busca do livro perdido fica mais explícita ainda como metáfora do desejo imperioso de leitura por parte do leitor em outro romance cult que toma emprestada à literatura policial parte de sua estrutura narrativa: Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino. Ao longo da trama em que se desdobra essa estrutura — a perseguição de um livro por parte de um personagem identificado apenas como o Leitor, que busca continuar sua leitura interrompida e que acaba por descobrir uma conspiração em curso para acabar com sentido de todos os livros, embaralhando leituras e autores, criando falsificações e simulacros de livros verdadeiros, etc. - se parodiam diversas formas de escrita do romance. São proto-romances, projetos de livros que mal se esboçam e já têm sua leitura interrompida por alguma situação decorrente da conspiração em jogo, obrigando o Leitor a uma busca incessante do livro desejado. Como observou Susan Sontag a respeito da obra, a relação que se estabelece entre leitor e livro é uma relação de desejo. O romanesco instaura aqui um espaço de prazer e liberdade do qual se nutre o Leitor, mas que lhe é sucessivamente negado (à maneira de um coitus interruptus) na medida em que sua leitura não consegue chegar ao fim. Este "duplo princípio do prazer" se confirma num dos capítulos finais do livro de Calvino, quando o Leitor participa de uma discussão sobre a leitura de livros numa biblioteca. Um dos participantes lhe faz a seguinte observação: "Acredita que toda leitura deva ter um princípio e um fim? Antigamente, a narrativa só tinha duas maneiras de terminar: uma vez passadas as suas provações, o herói e a heroína se casavam ou morriam. O sentido último a que remetem todas as narrativas comporta duas faces: o que há de continuidade na vida, o que há de inevitável na morte." 14. Espantado, o protagonista chega à conclusão que deve desposar a heroína do romance, que se encerra com a cena do Leitor e da Leitora partilhando, num grande leito conjugal, suas leituras paralelas.

***

Símbolo do conhecimento em geral, e da Literatura em particular, a imagem do livro é cara ao imaginário ocidental. Mais que manifestação do apreço pela erudição ou pelo prazer da leitura, a tematização constante do livro talvez possa ser lida como metáfora das preocupações de cada época com as relações entre a experiência humana e o conhecimento. Jorge Luís Borges assinala que os antigos não professavam o culto ao livro, por nele verem apenas o substituto da palavra oral - esta sim valorizada por sua fugacidade, por seu caráter vivo. O que é bem diferente da visão oriental, que introduziu uma novidade em relação ao livro: a noção de livro sagrado, como a Bíblia, os Vedas, o Corão. Para Borges, esse conceito de livro sagrado pode ter passado, mas o livro ainda possui uma certa santidade (o que talvez explique seu culto), que devemos lutar por manter 15.

Esta "santidade" atribuída ao livro por Borges guarda alguma semelhança com o conceito de aura e com as qualidades atribuídas ao narrador por Walter Benjamin em seu famoso ensaio. Embora por vezes alguns autores insistam em assinalar os elementos de nostalgia presentes na análise benjaminiana, vale registrar o diagnóstico cultural contido no texto - a perda da capacidade de intercambiar experiências: "Uma das causas desse fenômeno é óbvia: as ações da experiência estão em baixa, e tudo indica que continuarão caindo até que seu valor desapareça de todo" 16. Para Benjamin, o primeiro indício da evolução que vai culminar com o fim da narrativa é o surgimento do romance. Ele não procede da tradição oral nem a alimenta. Enquanto o narrador representa a experiência própria coletivizável, o romancista assinala a emergência do indivíduo isolado, incapaz de falar exemplarmente de sua experiência. Ora, na modernidade, o livro — particularmente o romance — torna-se para muitas pessoas o veículo para a troca de experiências, a única forma possível de estabelecer contato com o mundo (ou dele fugir, do qual o bovarismo é o exemplo dramático). Um veículo que pouco a pouco vai perdendo esse papel e até a sua forma tradicional diante dos avanços da técnica 17. Talvez nisto resida parte da "aura" do livro para Benjamin, da qual ele dá testemunho em alguns escritos, como por exemplo "Livros" (onde os livros da infância aparecem como elo com um mundo de paz e pureza perdidas) ou "A biblioteca do colégio" (livros como refúgio da chatice do mundo oficial, passaporte para universos lúdicos e mágicos), além dos já referidos "Guarda-livros juramentado" e "Desempacotando minha biblioteca" 18.

Tal atitude para com os livros, e, por suposto, para com o conhecimento, ainda é moderna: prevê a manutenção do espaço do livro (ou lamenta a sua perda) na medida em que ele é assimilado à possibilidade do "verdadeiro" conhecimento, ao trabalho interior de transformação e libertação das consciências individuais tão caro à tradição iluminista. O imaginário do qual o livro é o portador se articula como espaço de prazer e liberdade; utopia muitas vezes solitária, independente das mediações ideológicas - fator que o torna um dos meios de subversão mais eficazes e, portanto, mais perseguidos, como bem ilustra a fábula de Fahrenheit 451. Uma desconfiança generalizada, segundo Manguel; não são apenas os regimes totalitários que temem os livros e sua leitura: "Em quase toda parte, a comunidade dos leitores têm uma reputação ambígua que advém de sua autoridade adquirida e de seu poder percebido. Algo na relação entre um leitor e um livro é reconhecido como sábio e frutífero, mas é também visto como desdenhosamente exclusivo e excludente, talvez porque a imagem de um indivíduo enroscado num canto, aparentemente esquecido dos grunhidos do mundo, sugerisse privacidade impenetrável, olhos egoístas e ação dissimulada singular." 19.

Essa potência obscura que se encerra nas páginas do livro, esse poder de modificar seu portador - o leitor - e por conseguinte, o mundo à sua volta, talvez explique a metáfora do livro como arcano e como tesouro. Metáfora que se sustenta ainda por sua similaridade: nos textos místico-religiosos ou nos contos metafísicos de Borges, a decifração do livro corresponde à decifração do universo; nos textos policiais, a descoberta do livro encontra um paralelo na descoberta do enigma (ou na descoberta da chave para a decifração do mesmo).

A idealização do livro, sua auratização, é colocada em dúvida por uma postura que, na falta de termo melhor, poderemos chamar de pós-moderna, exemplificada por alguns personagens do romance de Italo Calvino, Se um viajante numa noite de Inverno. A importância da leitura, condição fundante da paixão pelos livros, é desmitificada pelo personagem Irnerio, que nada lê: "Estou tão acostumado a não ler, que não leio nem mesmo o que me cai por acaso sob os olhos. Isso não é fácil: a gente aprende a ler em pequeno e fica a vida inteira escravo desses troços escritos que nos caem sob os olhos. Eu tive de fazer um certo esforço para aprender a não ler, mas agora já faço isso naturalmente. O segredo é não evitar encarar as palavras escritas, pelo contrário: é necessário olhá-las fixamente, até que desapareçam." 20. Filho da sociedade da superinformação, Irnerio é quase o paradigma baudrillardiano do homem-massa que, saturado de informações e imagens, nada pode distinguir do ruído de fundo geral. Sua atitude possibilita inclusive uma relação totalmente diferente com os livros, não mais objeto de culto, mas matéria plástica para outras combinações: "Não é para ler. É para fazer. Eu, com os livros, faço coisas. Enfim, obras: estátuas, quadros, pode chamar como quiser. Já lhes consagrei mesmo uma exposição. Colo os livros com resina e eles assim ficam presos. Fechados, abertos; ou ainda lhes dou forma, eu os esculpo, abro neles brechas internas. É uma bela matéria para se trabalhar, os livros, pode-se fazer muita coisa com eles." 21. No novo sistema de objetos que se estabelece na sociedade contemporânea, os livros não ocupam mais lugar privilegiado.

Mentor da conspiração que busca falsificar todos os livros existentes, trocando a autoria e o conteúdo dos mesmos, incluindo erros e mistificações, o personagem Hermes Marana é o que melhor exemplifica uma certa postura pós-moderna em relação à leitura, à literatura e, consequentemente, ao livro. Para ele, "Que importa o nome do autor na capa? Transportemo-nos em pensamento para daqui a 3 mil anos. Deus sabe que livros de nossa época terão sobrevivido, de que autores ainda se lembrará o nome. Alguns livros terão ficado célebres mas serão considerados obras anônimas, como o é para nós a epopéia de Gilgamesh; haverá autores cujos nomes permanecerão célebres, mas dos quais não restará nenhuma obra, como o é o caso de Sócrates; ou ainda, todos os livros que terão sobrevivido serão atribuídos a um misterioso autor único, como Homero..." 22. Todo o capítulo VI, uma paródia alucinada dos thrillers de espionagem, é dedicado às maquinações do personagem, envolvendo desde a busca de um manuscrito inédito, a existência de um super-computador programado para criar romances, o "Pai das Histórias" — um velho cego contador de histórias que seriam a matéria de todos os romances escritos —, até seitas secretas e movimentos guerrilheiros em luta entre si para preservar ou destruir os livros existentes, etc.

Marana é a representação irônica e hiperbólica da visão pós-moderna que considera a literatura como um vasto sistema polissêmico de obras referenciadas entre si, onde as noções de autoria e originalidade não têm mais importância, onde a necessidade de se concluir as narrativas é fútil, porque todas são inconclusas, todas fazendo parte da grande narrativa única que seria a Literatura. Perdida a aura do escritor, da escritura, está perdida também a aura do livro, objeto da conspiração articulada por Marana. Mas essa visão quase niilista não é a tônica do romance de Calvino. O amor à narrativa, a paixão pelo livro, terminam vencedores, no leito onde o Leitor e Leitora partilham suas leituras, agora menos ingênuas, mas nem por isso menos prazeirosas. A "pós-modernidade" de Calvino tem um sinal positivo: revelado o segredo da magia, nem por isso deve-se queimar o feiticeiro e seus apetrechos. Essa visão poderia ser relacionada com aquela desenvolvida por Umberto Eco em seu ensaio "O texto, o prazer, o consumo", onde postula a existência de pelo menos dois tipos de leitor, um de primeiro nível, que seria a vítima designada das estratégias enunciativas do texto, e um leitor de segundo nível, crítico, que ri do modo pelo qual o texto procura capturá-lo. Este último leitor seria o protótipo do leitor pós-moderno, preocupado com o dialogismo intertextual presente em todos os níveis da produção cultural. Mas não se sobreporia necessariamente, ou estaria em oposição, ao leitor de primeiro nível: o prazer do enunciado (o "quê"), embora distinto do prazer da enunciação (o "como"), pode lhe ser complementar. 23.

Vale retornar ao exemplo ambíguo de Borges: moderno em seu culto ao livro, "pós-moderno" em sua produção literária (que estabelece um dialogismo intertextual inédito na literatura até então), ele é um exemplo feliz da convivência dos dois tipos de leitor propostos por Eco. Mais do que isso, Borges é o exemplo acabado da possibilidade de uma experiência de vida que se confunde com uma experiência de leitura. O que lhe permite deixar um juízo definitivo sobre livros e leitores: "Se lemos um livro antigo é como se lêssemos durante todo o tempo que transcorreu entre o dia em que foi escrito e nós. Por isso convém manter o culto ao livro. O livro pode conter muitos erros, podemos não concordar com as opiniões expendidas pelo autor, mas ainda assim, ele conserva algo sagrado, algo divino, não com um tipo de respeito supersticioso, mas com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria." 24.

Marco Antônio de Almeida, 2001.
Reproduzido com autorização do autor.

NOTAS:

1 Benjamin, Walter: Obras escolhidas vol. II - Rua de mão única. São Paulo, Brasiliense, 1987, p.235.
2 Borges, Jorge Luís: "O Livro". In: Cinco visões pessoais. Brasília, Editora da UNB, 1985, p. 10.
3 "Ninguém rebaixe à lágrima ou censure / Esta declaração de maestria / De Deus, que com magnífica ironia / Me deu os livros e a um só tempo a noite." Mais adiante: "Em minha sombra, a meia luz vazia / Exploro com meu báculo indeciso, / Eu, que me afigurava o Paraíso / Sob a aparência de uma biblioteca.". Jorge Luís Borges, "Poema dos dons". In: O fazedor, São Paulo, Difel, 1984, p. 49/50.
4 Manguel, Alberto: Uma história da leitura. São Paulo, Companhia das Letras, 1997, p. 277.
5 Palavra de origem hebraica, significa tradição, ensinamento recebido. É a principal tradição do misticismo judaico, e sua doutrina sustenta a possibilidade de uma "visão" direta dos atributos de Deus mediante o estudo de interpretações esotéricas, de ordem alegórica-numerológica, do texto bíblico do Antigo Testamento (a Torá) e de outros textos. Nessa linha, a principal obra cabalística é o livro do Zohar("Esplendor"), escrito no séc. XIII.
6 A referência à figura do universo como livro na obra de Borges é assinalada por Emir Rodrigues Monegal em Borges: uma poética da leitura. São Paulo, Perspectiva, 1980. Embora dialogando com este texto, procuramos desenvolver a analogia em outra direção.
7 Manguel, Alberto: Uma história da leitura. São Paulo, Companhia das Letras, 1997, p. 235.
8 Borges, Jorge Luís: "A Biblioteca de Babel". In: Ficções. Porto Alegre, Globo, 1976, p. 67/68.
9 Borges, Jorge Luís: "O jardim dos caminhos que se bifurcam". In: Ficções, op. cit., p. 81/82.
10 Borges, J. L.: "A Biblioteca de Babel", p. 62 e "O jardim dos caminhos que se bifurcam", p. 79.
11 Borges, J. L.: "O livro de areia". In: História universal da infâmia e outras histórias. São Paulo, Círculo do Livro, s.d., p. 318/319.
12 Borges, J. L.: "A escrita do deus". In: O Aleph. Porto Alegre, Globo, 1986 (6 ed.), p. 92.
13 Eco, Umberto: O nome da rosa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984.
14 Calvino, Italo: Se um viajante numa noite de inverno. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982, p. 314.
15 Borges, J. L.: "O livro", op. cit.
16 Vide Benjamin, W.: "O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov." In: Obras escolhidas vol. I - magia e técnica, arte e política, São Paulo, Brasiliense, 1985, p. 198. Sobre o conceito de aura, vide no mesmo livro o ensaio "A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica."
17 Benjamin, Walter: "Guarda-livros juramentado" In: Obras escolhidas vol. II - Rua de mão única. São Paulo, Brasiliense, 1987.
18 Benjamin, W.: Obras escolhidas vol. II - Rua de mão única.
19 Essa desconfiança é ativamente produzida pelos governos em geral, através da construção ideológica de uma falsa dicotomia Livros / Realidade: "Com essa desculpa, e com efeito cada vez maior, a dicotomia artificial entre vida e leitura é ativamente estimulada pelos donos do poder. Os regimes populares exigem que esqueçamos, e portanto classificam os livros como luxos supérfluos; os regimes totalitários exigem que não pensemos, e portanto proíbem, ameaçam e censuram; ambos, de um modo geral, exigem que nos tornemos estúpidos e que aceitemos nossa degradação docilmente, e portanto estimulam o consumo de mingau. Nessas circunstâncias, os leitores não podem deixar de ser subversivos." Manguel, A., op. cit., p. 35.
20 Calvino, I., op. cit., p. 59.
21 Idem, p. 179.
22 Ibidem, p. 119.
23 Eco, Umberto: "O texto, o prazer, o consumo" In: Sobre os espelhos e outros ensaios. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1989.
24 Borges, J. L.: "O livro", op. cit., p. 11.


Visite o site origem desse texto:
http://www.escritoriodolivro.com.br/index.html



terça-feira, novembro 17

Metas Literárias para 2016 - Livros Adquiridos - Parte 1

Um assunto muito comentado ultimamente nos blogs literários é a meta de leitura para 2016.
Eu nunca fui de estabelecer metas de leitura e achei interessante criar algumas para o próximo ano.Sempre fui uma leitora na maior parte das vezes de natureza impulsiva, portanto será uma nova experiência para mim.
Criei uma lista e dividi em duas seções: uma dos livros adquiridos ( versões físicas e ebooks)  e outra seção dos livros que são desejados.Pensei em uma meta de um livro por semana.




Comprei o e-reader Kobo quando foi lançado no Brasil pela Livraria Cultura em 2012, mas confesso que não gosto muito dele.O modelo que comprei foi o Kobo Touch, e não possui recursos para ler no escuro. Já pensei em comprar um Kindle, porém como ele não lê formato  Epub desisti da ideia. Estou de olho em um tablet que segundo minhas pesquisas, é ótimo para ler. Gostei do modelo especialmente por ter o Windows 8 como sistema operacional. Estou usando um telefone celular o Nokia Lumia que possui o Windows e estou gostando muito, acho que será ótimo ter o Windows no tablet também.

Tablet DL WinPad TP295 com Tela 7,85” - Windows 8.1,





Neste post vou comentar sobre os livros que já possuo e essa é a primeira parte.



Livros adquiridos:

Livro: O Homem que inventou o Natal -
Autor: Leo Standiford. 

Um livro sobre Charles Dickens, minha atual obsessão literária, risos!
Fui "fisgada" pela sinopse que afirma a influência de Dickens sobre as comemorações atuais do Natal. Amo Natal e amo Dickens, combinação perfeita!

Sobre o livro:
Tão reconfortante quanto o conto de Scrooge, esta é a história de como um escritor e seu livro renovaram a data festiva mais importante do mundo ocidental. Pouco antes do Natal de 1843, um Charles Dickens desanimado e cheio de dívidas escreveu um pequeno livro com a esperança de acalmar seus credores. Os editores recusaram a obra e, por isso, Dickens usou o pouco dinheiro que tinha para lançar ele mesmo.Foi o lancamento  do livro Um Conto de Natal e Dickens estava com medo que o livro representasse o fim de sua carreira como romancista. A obra imediatamente causou sensação e insuflou nova vida a uma data que caíra em desgraça, minado pelo persistente Puritanismo e pela fria modernidade da Revolução Industrial. Era uma época dura e lúgubre, em que havia uma necessidade desesperada de renovação espiritual. Uma época pronta para abraçar um livro que espalhava bênçãos para todo mundo.Les Standiford nos leva de volta à Inglaterra Vitoriana com afeto, inteligência e uma infusão de alegria natalina para revisitar o autor mais amado da época e acompanhar o nascimento do Natal como o que conhecemos hoje.



Livro: Grandes Esperanças 
Autor: Charles Dickens

Uma das grandes obras de Dickens, assisti um filme realizado em 2013 com a famosa Helena Bonham Carter e Ralph Fiennes em papéis marcantes na história.Nunca li o livro e esse lançamento da Penguin Books veio a calhar.


Sobre o livro:

Se Charles John Huffman Dickens (1812-1870) foi um escritor irônico e contundente, com 'Grandes Esperanças' provou-se capaz também de ser contido e reflexivo, ao produzir o seu último romance. O livro mostra Dickens no auge da forma, produzindo uma história de desilusão que mais tarde seria saudada por autores como George Bernard Shaw e G. K. Chesterton pela perfeição narrativa. 
A grande característica de 'Grandes Esperanças' é ser uma história de redenção moral do protagonista, Pip, um órfão criado rigidamente pela irmã num lar humilde e disfuncional, que, após herdar inesperadamente uma fortuna, rejeita a família e os amigos por se envergonhar da própria origem. 
No começo conhecemos o infortúnio de Pip, o narrador que vive aterrorizado pela irmã mais velha que, após a morte dos pais, o criou “com a mão de ferro”, bordão para a maneira rígida e por vezes violenta com que trata o filho de criação e também o marido, o ferreiro Joe Gargery. Sua vida começa a mudar com o inesperado convite para que passe a visitar Miss Havisham, uma mulher rica da aldeia, e seja companhia de sua filha adotiva, Estella. Pip imediatamente tem uma queda pela garota, sentimento que se transformará em amor durante a vida adulta e o conduzirá à imoralidade. 
A vida de Pip sofre uma reviravolta ainda maior quando, já se preparando para o ofício de ferreiro, recebe a visita de um advogado, que anuncia que o jovem é herdeiro de uma fortuna. Após abandonar a família para viver em Londres, Pip passa a desprezar a sua vida anterior, tentando tornar-se digno de se casar com Estella, que, no entanto, não se interessa por seus sentimentos. 
Dividido em três partes, discutindo a bondade, a culpa e o desejo, o romance originalmente foi escrito como um folhetim e publicado na revista semanal All the Year Round, entre dezembro de 1860 e agosto de 1861, tornando-se um grande sucesso. Dickens toma o cuidado de não buscar a empatia fácil com o leitor, fazendo de Pip um personagem sincero em sua imoralidade e, quando se arrepende, na busca pela redenção.




Livro: It - A coisa
Autor: Stephen King

Esse livro do King teve uma adaptação para a televisão americana em uma minisérie em 1990. Assisti o filme anos atrás ( lançado em DVD posteriormente)  e francamente, é de dar medo mesmo.Principalmente pela atuação do ator que faz o papel do It ( a tal coisa), o Tim Curry. Mas por trás do medo, existe toda uma história cativante sobre amizade. King é um dos meus autores prediletos porque apesar da associação do nome King com terror, ele também escreveu livros que abordam temas como confiança, amizade, auto superação. No caso do It, é uma mistura de todos esses elementos. Acredito que lendo o livro, irei encontrar os detalhes que ficaram perdidos na adaptação para o cinema.




Aqui tem um trailer ótimo sobre a minisérie:




Sobre o livro:
Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Em It: a Coisa, clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.

Livro: Tumultos de amor e outros tumultos
Autor: Ruy Espinheira Filho

Esse comprei no supermercado onde costumo fazer compras pela bagatela de R$9,90. Achei uma feliz coincidência, já que realizei recentemente uma postagem aqui no blog na qual ele é citado.

Sobre o livro:
Neste ensaio sobre Mário de Andrade, Ruy Espinheira Filho analisa não só a importância do poeta para a literatura e as artes nacionais, mas também sua técnica e seu estilo, que o marcaram como um escritor pouco afeito a formas de linguagem. A obra é um estudo das idéias de Mário de Andrade sobre Criação e Arte, desde suas primeiras manifestações até o último texto de O Banquete, publicado em 22 de fevereiro de 1945, três dias antes da morte do autor. Ruy analisa desde as obras mais conhecidas como Mestres do Passado, Prefácio interessantíssimo, A escrava que não é Isaura , até inúmeros escritos de crítica, ensaio, palestra e aulas. São enfocados, ainda, autores que se manifestaram sobre os assuntos tratados por Mário ou escreveram sobre o próprio Mário.




Livro: Escola de Tradutores
Autor: Paulo Rónai

Estou interessada em fazer bacharelado em Tradutor e Intérprete. Tenho paixão pelo inglês, apesar de não dominar a fala e escrita mas consigo ler e entender bem. Como preciso de uma atividade que possa ser exercida em casa, pensei em seguir essa carreira.
Descobri que a UNINOVE possui um curso EAD muito bem conceituado. Para ir me familiarizando com o assunto, estou buscando livros e artigos do tema para saber mais e pretendo iniciar a graduação em 2016.Vai ser um desafio vencer minhas barreiras para escrever e falar o inglês.

Sobre o livro:

Trabalho pioneiro, tendo sido um dos primeiros a se ocupar do tema em nossa língua, tem-se renovado e ampliado a cada nova edição. A variedade dos assuntos aqui focalizados mostra-nos a versatilidade com que Paulo Rónai se movimenta no universo da tradução. De estilo extremamente agradável e fluente, a leitura deste livro é um motivo de prazer e uma fonte de ensinamentos.







Livro: Live writing - Breathing life into your words 
Strategies, ideas, and tips to fuel your for a lifetime of writing.
Autor: Ralph Fletcher

Bom, como tenho dificuldade para escrever em inglês, nada mais lógico do que buscar um livro que me auxilie nessa tarefa. Encontrei no Sebo do Messias um simpático livrinho que promete me auxiliar na escrita de ficção.  Cheio de dicas para estruturar personagens, ritmo e muito mais.Adorei a ideia de usar a analogia de uma caixa de ferramentas essenciais para um escritor.

Sobre o livro:

This book is based on the simple idea that every writer has a tool box. Instead of awls and hammers, a writer's toolbox contains words, imagination, a love of books, a sense of story, and ideas for how to make the writing live and breathe. I wrote this book to give you some practical strategies to throw into your toolbox. I hope you'll try them, because these are ideas that can make you a better writer.

This book is titled Live Writing, and you may be wondering what I mean by that. Most of us have read (and written!) the opposite kind of writing-dull, drab language that sounds about as interesting as a city phone book. By live writing I mean the kind of writing that has a current running through it-energy, electricity, juice. When we read live writing, the words seem to lift off the page and burrow deep inside us.





Livro: Você já pensou em escrever um Livro?
Informações fundamentais para tornar-se um escritor de sucesso.
Autor: Sonia Belloro

Outro livro adquirido no Sebo do Messias a um preço camarada. Topei com o site da escritora tempos atrás e achei muito interessante a proposta do livro. A autora ministra cursos de escrita criativa e esse livro é uma condensação dos temas abordados no curso.O site da Sonia Belloro é o Fábrica de Textos e vale a pena uma visita.






Livro: A Extraordinária História de Jane e Stephen Hawking
Autor: Jane Hawking

Stephen Hawking foi um dos primeiros cientistas, seguido por Carl Sagan, que passei a admirar na minha juventude (álias, a introdução do livro do Hawking foi escrito pelo Sagan).
Seu livro Uma breve história do tempo foi um marco em minha iniciação em assuntos científicos. Lançado em 1988 ( eu estava com 22 anos na época) fez muito sucesso ao expor temas como a Teoria das Supercordas, o Bing Bang e Buracos Negros para o leigo. Figurou entre os mais vendidos nos Estados Unidos e fez sucesso também no Brasil.
Esse livro certamente está entre os que pretendo ler, quero saber mais sobre a trajetória do cientista.



Sobre o livro:

Quando Jane conhece Stephen, percebe que está entrando para uma família que é pelo menos diferente. Com grande sede de conhecimento, os Hawking possuíam o hábito de levar material de leitura para o jantar, ir a óperas e concertos e estimular o brilhantismo em seus filhos - entre eles aquele que seria conhecido como um dos maiores gênios da humanidade, Stephen.

Descubra a história por trás de Stephen Hawking, cientista e autor de sucessos como Uma breve história do tempo, que já vendeu mais de 25 milhões de exemplares. Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos, enquanto conhecia a jovem tímida Jane, Hawking superou todas as expectativas dos médicos sobre suas chances de sobrevivência a partir da perseverança de sua mulher. Mesmo ao descobrir que a condição de Stephen apenas pioraria, Jane seguiu firme na decisão de compartilhar a vida com aquele que havia lhe encantado. Ao contar uma trajetória de 25 anos de casamento e três filhos, ela mostra uma história universal e tocante, narrada sob um ponto de vista único. 

Stephen Hawking chega o mais próximo que alguém já conseguiu de explicar o sentido da vida, enquanto Jane nos mostra que já o conhecia desde sempre: ele está na nossa capacidade de amar e de superar limites em nome daqueles que escolhemos para compartilhar a vida. 
O livro que inspirou o emocionante filme A Teoria de Tudo.




Livro: Inferno
Autor: Dan Brown




Pois é, apesar de ter sido lançado em 2013  e gostar dos livros do Dan Brown ainda não li o Inferno. Gosto muito do personagem Robert Landgon, acho fascinante todo o conhecimento simbólico que ele possui. Ambientado na Itália, usa a obra de Dante Aligheri como pano de fundo. Gosto muito dele pela utilização que consegue realizar de elementos sócio-culturais em suas obras.

Sobre o livro:

Neste novo e fascinante thriller Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em O código Da Vinci, Anjos e demônios e O símbolo perdido e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento.No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado em uma das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri.
Numa corrida contra o tempo, Langdon luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o arrasta para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo o sombrio poema de Dante, Langdon mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.


Livro: David Copperfield
Autor: Charles Dickens

Essse livro de Dickens é considerado semi-autobiográfico, ao relatar várias situações que o próprio Dickens vivenciou. Dickens considerava esse livro o seu predileto.E para mim esse livro tem um significado especial, pois foi um dos primeiros clássicos que lii na minha infância. Foi uma versão infanto juvenil lançada em uma coleção pela Abril, já mencionada nesse post. Agora vou ter a oportunidade de ler a versão integral nesse magnifico lançamento da Cosac  Naif.


Sobre o livro:

Um dos pilares da literatura ocidental moderna, Charles Dickens é até hoje fonte de inspiração para muitos escritores. Seu gênio foi admirado por Tolstói, Marx, Joyce, Kafka, Henry James, Nabokov, Orwell, Cortázar, entre muitos outros. 
Semi-autobiográfico, David Copperfield foi publicado em forma de folhetim entre 1849 e 1850. O autor afirma, no prefácio ao livro, que, entre os inúmeros romances que publicou, este era seu “filho predileto”.
A edição inclui textos críticos de Jerome H. Buckley, Sandra Guardini Vasconcelos e Virginia Woolf. Tradução de José Rubens Siqueira.


Livro: Revival
Autor:  Stephen King
Ebook

Deu para perceber que sou fã do Stephen King. Gosto muito do estilo que ele escreve, como se estivessémos em um sofá da sala conversando animadamente.No seu livro On Writing, King conta sua jornada como escritor, nos dá várias dicas, conta casos interessantes sobre a criação das histórias.Eu  li o livro em duas noites, acho que no máximo em quatro horas e foi uma experiência fantástica. 

Então, quando tenho a oportunidade de ler algo escrito por ele, não deixo passar a chance. O primeiro livro que li escrito por ele foi o Iluminado, atraída pelo filme protagonizado pelo 
Jack Nicholson. O livro foi escrito por King tomando como parte do enredo suas experiências pessoais em relação a sua reabilitação pelo alcoolismo.
Revival foi lançado em 2014 e gostei muito da sinopse da história:

Sobre o livro:

Uma história eletrizante de Stephen King sobre vício, fanatismo e o que existe do outro lado da vida. Em uma cidadezinha na Nova Inglaterra, mais de meio século atrás, uma sombra recai sobre um menino que brinca com seus soldadinhos de plástico no quintal. Jamie Morton olha para o alto e vê a figura impressionante do novo pastor. O reverendo Charles Jacobs, junto com a bela esposa e o filho, chegam para reacender a fé local. Homens e meninos, mulheres e garotas, todos ficam encantados pela família perfeita e os sermões contagiantes.

Jamie e o reverendo passam a compartilhar um elo ainda mais forte, baseado em uma obsessão secreta. Até que uma desgraça atinge Jacobs e o faz ser banido da cidade. Décadas depois, Jamie carrega seus próprios demônios. Integrante de uma banda que vive na estrada, ele leva uma vida nômade no mais puro estilo sexo, drogas e rock and roll, fugindo da própria tragédia familiar. Agora, com trinta e poucos anos, viciado em heroína, perdido, desesperado, Jamie reencontra o antigo pastor. O elo que os unia se transforma em um pacto que assustaria até o diabo, com sérias consequências para os dois, e Jamie percebe que “reviver” pode adquirir vários significados.

A ideia para este livro está na minha cabeça desde que eu era criança. Frankestein, de Mary Shelley, foi uma grande inspiração para mim. Eu queria criar uma história o mais humana possível, porque a melhor maneira de assustar o leitor é fazê-lo gostar dos personagens. - Stephen King em entrevista para a revista Rolling Stone.




Livro: Doutor Sono
Autor:  Stephen King
Ebook

Logicamente, já que li o Iluminado, quando soube da continuação da história meu primeiro pensamento foi comprar o livro para ver o que acontece. Achei uma ótima ideia do King em fazer uma continuação da história do Danny, personagem cativante que sem dúvida cativou os leitores.




Sobre o livro:

Mais de trinta anos depois, Stephen King revela a seus leitores o que aconteceu a Danny Torrance, o garoto no centro de O iluminado, depois de sua terrível experiência no Overlook Hotel. Em Doutor Sono, King dá continuidade a essa história, contando a vida de Dan, agora um homem de meia-idade, e Abra Stone, uma menina de 12 anos com um grande poder.


Livro: Um dia no parque do terror – Goosebumps
Autor:  R. L Stine
Ebook

Foi uma grande satisfação descobrir essa série escrita pelo R.L.Stine, considerado o Stephen King juvenil.Suas histórias já renderam várias séries para a TV e tive o prazer de assistir no Netflix. São histórias muito bem escritas, com personagens do universo teen muito bem elaborados, agora quero descobrir como são essas histórias na escrita.O sucesso foi tão grande que um filme  estreou recentemente no cinema, com Jack Black.

Intro da série de TV:





Sobre o livro:

GOOSEBUMPS V.6 – Neste livro, a família de Lizzi queria ir ao Jardim Zoológico, mas acabou se perdendo. A sorte foi ter encontrado um outro parque de diversões superlegal – o Parque do Terror. As atrações são bem assustadoras. Um brinquedo mais amedrontador que o outro. Mas, de repente, coisas bizarras começam a acontecer, e o que era diversão se torna real demais.


Livro: Nosferatu
Autor:  Joe Hill
Ebook

Joe Hill é filho do Stephen King e também se tornou escritor de livros de terror, ou pelo menos, alguma região entre o medo e possibilidades. De sua obra só conheço o Horns, filme adaptado de sua obra,  estrelado pelo ator de Harry Potter, Daniel Radclifte. 





Sobre o livro:
Victoria McQueen tem um misterioso dom: por meio de uma ponte no bosque perto de sua casa, ela consegue chegar de bicicleta a qualquer lugar no mundo e encontrar coisas perdidas. Vic mantém segredo sobre essa sua estranha capacidade, pois sabe que ninguém acreditaria. Ela própria não entende muito bem.
Charles Talent Manx também tem um dom especial. Seu Rolls-Royce lhe permite levar crianças para passear por vias ocultas que conduzem a um tenebroso parque de diversões: a Terra do Natal. A viagem pela autoestrada da perversa imaginação de Charlie transforma seus preciosos passageiros, deixando-os tão aterrorizantes quanto seu aparente benfeitor.
E chega então o dia em que Vic sai atrás de encrenca… e acaba encontrando Charlie.
Mas isso faz muito tempo e Vic, a única criança que já conseguiu escapar, agora é uma adulta que tenta desesperadamente esquecer o que passou. Porém, Charlie Manx só vai descansar quando tiver conseguido se vingar. E ele está atrás de algo muito especial para Vic.
Perturbador, fascinante e repleto de reviravoltas carregadas de emoção, a obra-prima fantasmagórica e cruelmente brincalhona de Hill é uma viagem alucinante ao mundo do terror.




 

Ex-Libris Celia Costa Published @ 2014 by Ipietoon